quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Corpo, corpo, corpo

A gravidez é uma bênção.
O corpo da mulher está preparado para receber um  bebé (ou mais) e para o parto. Mas não deixa de ser violento.
Quando engravidamos temos que nos habituar e (tentar) aceitar três corpos: o que tínhamos antes de engravidar, o corpo durante a gravidez e o corpo depois da gravidez. São 3 reflexos diferentes, 3 visões de nós mesmas num espaço de tempo tão curto. É natural que nos estranhemos, que odiemos a roupa que não nos serve e a que serve, este processo leva tempo e não faz mal que assim seja.
Não esperem que toda a gente vos compreenda: "Tu estás tão bem", não esperem que vejam o mesmo que vocês: "Não estás nada gorda". Temos o direito de nos estranhar a nós mesmas, temos as hormonas a fervilhar, o nosso corpo irreconhecível, a sociedade a engolir-nos com opiniões e guiões sobre ser mãe. 

Para mim não foi fácil, apesar de socialmente ter cometido um erro crasso: continuar magra depois da gravidez. É verdade, mantive o peso, mas o corpo não é o mesmo. Sobretudo e principalmente, depois do parto, aquele não era o meu corpo.

Engordei 18 quilos. Tive uma gravidez santa, mas 18 quilos num corpo de 52 quilos é muito peso. 


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