sábado, 14 de dezembro de 2013

Quem gosta cuida

Quando os meus filhos eram pequeninos eu dizia ao papá que mal podia esperar para que eles me dessem um braço. Hoje mais ternurentos do que os carinhos que os bebés nos dão, são os carinhos que trocam entre eles. Observo com uma alegria que não vos consigo descrever e com um sentimento de que estamos a fazer as coisas bem.

Hoje o mano estava no corredor, a mana que estava na sala tossiu, ele apressado larga o brinquedo que tinha, corre para a sala. Já junto à irmã, baixa-se e dá-lhe umas palmadinhas nas costas. Fiquei tão feliz e a seguir ao nascimento deles este foi o momento mais bonito.

Quem gosta cuida <3 <3

sábado, 7 de dezembro de 2013

O que li

Existem duas coisas na vida para as quais nunca esta­mos devidamente preparados: filhos gémeos

Josh Billings 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Mão, pé, boca, Mão, pé, boca

Podia ser o início de uma lenga-lenga, mas é o nome do mais recente visitante desta, minha, nossa, família maravilhosa.
Primeira apareceram as aftas, depois o que me pareciam ser umas picadas de inseto, depois umas borbulhas nos pés que me chamaram a atenção por terem algumas delas água. 
Mão, pé, boca é uma doença causado por um vírus: coxsackie. Apesar de ser altamente contagioso e frequente em crianças com menos de 5 anos, nunca tinha ouvido falar de tal coisa.
Manifesta-se por lesões (pequenas borbulhas que se assemelham de facto a picadas de insetos) na boca, mãos e pés, aftas e febre.

Mão, pé, boca para a mana. Virá o mano a seguir?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dias não.

Não vou negar, há dias de muito cansaço, há dias em que parece que não comando as minhas pernas porque quase não as sinto. Há dias difíceis, aqueles que parecem ter mais de 24h, aqueles em que desejaríamos ter mais braços, mais colos. Há dias em que sentimos que não somos capazes e para além de cansadas ficamos tristes. Entristecemo-nos cansadas, os olhos pesam, todo o corpo dói, mas não sentimos nenhuma parte dele.
Nesses dias tudo parece pior e maior. Mas de uma coisa eu tenho a certeza, se a vida nos deu gémeos é porque conseguiremos corresponder ao que isso exige. E simplesmente conseguimos, às vezes não sabemos bem como, outras vezes não é como queríamos que fosse, mas conseguimos.
Nestes dias, em que por uma razão ou por todas as razões do mundo nada corre como previsto, nada corre mais ou menos bem e desesperamos. Ficamos cansadas, tristes e desesperadas. Apetece-nos descansar, segredar um “boa noite” à almofada, mas não podemos porque temos ali os nossos filhos mais enérgicos que nunca, pensamos nós.
Mamãs grávidas, recém mamãs, será que se sentirão, por vezes, assim? Possivelmente. Faz parte. O corpo cede, a cabeça pede misericórdia. Não é fatalismo, simplesmente há dias assim, ser mãe é exigente, os filhos darão sempre trabalho tenham 2 dias ou 2 anos. Por motivos diferentes, com necessidades e exigências diferentes, mas os filhos dão sempre trabalho. São nossos e precisam de nós.
Ser mãe também é isto, é sermos levadas ao limite e não pudermos descansar quando queremos e mesmo assim conseguir. Conseguir sempre, mesmo nos dias que parecem impossíveis. E não são estes dias que nos tornam imperfeitas, estes dias tornam-nos de carne e osso, mostram-nos.

Mas é nestes dias, em todos os outros também, mas principalmente nestes, que sei que as mães de gémeos não são escolhidas por acaso. Há alguma coisa, causa ou consequência de gerar gémeos, mas há qualquer coisa dentro de cada mãe de gémeos.


Sucedem-se outros dias mais calmos, mais solarengos e aqueles dias menos bons, em que fomos tristes, cansadas, desesperadas, não nos parecem, afinal, tão maus assim. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

De Pijama para a escola


Ontem foi o Dia Nacional do Pijama. Os bebés foram de pijama para a escola, um ato simbólico para uma causa nobre.
Celebrado no dia 20 de Novembro, Dia Internacional da Convenção dos Direitos da Criança, este dia pretende sensibilizar todos que “uma criança tem direito a crescer numa família". Esta ação alerta para a necessidade de aumentar o número de famílias de acolhimento em Portugal, de modo a ser possível proporcionar às nossas crianças um lar mesmo quando são separadas dos seus pais.

Para saber mais:


www.mundosdevida.pt

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Cada um é como cada qual

Nunca entendi o extremismo, aquele acreditar inflexível que nos incapacita e imobiliza. E agora que sou mãe ainda menos entendo.
Compreendo que se defendam ideias, que se tenham princípios que orientem o exercício da parentalidade, o ser mãe, o ser pai.
O que não entendo é porque tanta gente se preocupa mais com quem não segue a sua linha de pensamento do que propriamente com a própria linha de pensamento. Que se argumente, que se dialogue, que se troquem ideias, mas o mais importante que se aceite. Que se aceitem as ideias contrárias, as vontades contrárias às nossas. Não atacam mães e pais só porque não agem como vocês agiriam.
Cada mãe age com o coração, fará o que for melhor para si e para os seus filhos. Deixemo-nos de incompreensões e a ilusão de que a verdade é nossa. Sejam mães e pais tão bem quanto sabem ser, mudem de opinião sempre que necessário, apurem-se, melhorem-se.
Mas nunca esperem agradar a todos.

Não há formulas corretas, nem infalíveis. Existem pessoas.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ser Gémeo é...

Há poucos dias assisti à primeira manifestação de carinho entre os meus filhos. Ou pelo menos aquela foi a primeira que eles me deixaram decifrar.
Iam os dois dentro de um carrinho de supermercado e sem nada o prever o príncipe abre a boca, numa tentativa de beijo, e avança o tronco em direção à mana. Ao segundo beijo, ela mais entendida nestas coisas de beijos, junta os lábios inclina-se na direção do irmão que a esperava de boca aberta e beijam-se.

Uns quantos beijos depois ele encosta a cara nas costas dela e tenho quase a certeza que lhe segredou: Amo-te, mana. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Se soubesse o que sei hoje...

Penso muito no que faria diferente se tivesse os bebés hoje. Não há nada como a experiência para percebermos o que nos serve melhor.
Quando nasci enquanto mãe estava envolvida em mitos, ideias pré-feitas, incertezas. O normal.
Das fases que mais recordo são os dias e as noites que passei no puerpério, depois dos bebés nascerem. Tão maus.
Lembro-me vezes sem conta de uma situação em particular. Numa das noites, depois de dar mama dormia tranquilamente com a minha filha na minha cama. Eu dormia, ela dormia. Emergida do silêncio daquelas paredes aparece a enfermeira que me sugere que deite a minha filha no berço.
Passados poucos minutos assim o fiz. O berço era em acrílico, frio e feio. Havia a minha filha saído de dentro de mim há horas e sugere que substitua o calor do meu corpo por um distante berço. 
Não o voltaria a fazer, não faz sentido algum e porque acima de tudo eu não o queria fazer. Nem eu nem a minha filha.
Há poucos dias li:

“ Os recém-nascidos necessitam de contacto físico; foi provado experimentalmente que, durante a primeira hora depois do parto, os bebés que estão no berço choram dez vezes mais do que aqueles que se encontram nos braços da mãe”.
Bésame Mucho
Carlos González
E eu diria, por instinto e experiência, que podemos extrapolar esta primeira hora para todas as horas que se seguem na vida de um bebé. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

domingo, 13 de outubro de 2013

Coisas que uma mãe de gémeos ouve, outra vez.

“Sei bem o que isso (ter gémeos) é, os meus têm só 1 ano e meio de diferença”.


Não se trata de dificuldade, de saber o que dá mais trabalho, se criar gémeos, se criar dois filhos com pouca diferença de idades entre si. Isso não interessa, não me interessa a mim e se importa a alguém saber o que dá mais trabalho, não devia perder tempo com isso.

É diferente. Só isso, se nunca tiveram dois bebés na barriga ao mesmo tempo, se não pariram um a seguir ao outro, se não têm dois bebés exactamente com a mesma idade, com as mesma necessidades e consequentes exigências, se nunca tiveram dois filhos recém nascidos para dar mama, para por a arrotar, não sabem o que é “isso”. 

Não é por mal, nem tão pouco me julgo uma Super Mãe Cereja, só sei que não é a mesma coisa. 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Podes vir, Chuva.

E por aqui já estamos equipados para os dias chuvosos. A mamã espera que o equipamento nos facilite a vida nos dias de chuva, os bebés adoraram as galochas, uma paixão que só visto.

As capas para a chuva são da Pré-natal, de uma óptima promoção online que, infelizmente, já acabou.


E as galochas são da sports direct, também de uma promoção.




Bom, giro e barato!




quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Corpo, corpo, corpo

A gravidez é uma bênção.
O corpo da mulher está preparado para receber um  bebé (ou mais) e para o parto. Mas não deixa de ser violento.
Quando engravidamos temos que nos habituar e (tentar) aceitar três corpos: o que tínhamos antes de engravidar, o corpo durante a gravidez e o corpo depois da gravidez. São 3 reflexos diferentes, 3 visões de nós mesmas num espaço de tempo tão curto. É natural que nos estranhemos, que odiemos a roupa que não nos serve e a que serve, este processo leva tempo e não faz mal que assim seja.
Não esperem que toda a gente vos compreenda: "Tu estás tão bem", não esperem que vejam o mesmo que vocês: "Não estás nada gorda". Temos o direito de nos estranhar a nós mesmas, temos as hormonas a fervilhar, o nosso corpo irreconhecível, a sociedade a engolir-nos com opiniões e guiões sobre ser mãe. 

Para mim não foi fácil, apesar de socialmente ter cometido um erro crasso: continuar magra depois da gravidez. É verdade, mantive o peso, mas o corpo não é o mesmo. Sobretudo e principalmente, depois do parto, aquele não era o meu corpo.

Engordei 18 quilos. Tive uma gravidez santa, mas 18 quilos num corpo de 52 quilos é muito peso. 


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Coisas que uma mãe de gémeos ouve…

Um festivaleiro intercepta a marcha do nosso carrinho de gémeos e diz, eufórico:

“Eish, men, isso é que foi. Granda pontaria!”


Ya men!! 

sábado, 28 de setembro de 2013

Cof cof

Foi o sol, ficou a chuva e a tosse. Tosse a dobrar, uma sinfonia noturna capaz de envergonhar qualquer músico.
Sou adepta das mezinhas caseiras e por isso adotámos o truque da cebola partida em quartos. Partir uma cebola em quatro e deixá-la no quarto dos bebés. Duas coisas garantidas: o cheirete e menos ou nenhuma tosse!

Resulta mesmo.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Deixá-los

Deixar um filho no infantário é o mesmo que deixarmos ao cuidado de um estranho um órgão vital. Não dá. As funções vitais ficam seriamente comprometidas.
Depois de um ano em casa, a vivermos cada segundo, a olhá-los a cada instante, a viver de perto e intensamente um ano de descobertas mútuas, deixo-os ao cuidado de um estranho. É isto que uma mãe sente quando deixa o filho no infantário.
Aquela pessoa que o recebe o nosso filho não o conhece, não sabe o que ele gosta, como ele é, isso atordoa o coração de uma mãe. Claro que esperamos o melhor, profissionalismo, tato, respeito, carinho. Com o tempo virá o amor, o amor de quem cuida.
A meio da quarta semana de infantário o balanço é positivo, a adaptação foi boa, sem choros, nem birras. Esperava uma boa adaptação, mas correu ainda melhor do que aquilo que perspetivava.
Nos dois primeiros dias ficaram cerca de 2 horas, brincaram alegremente, exploraram.
No terceiro dia almoçaram e como comida é assunto sério nesta casa, correu também muito bem. No dia seguinte dormiram a sesta e sem eu ter planeado acabaram por lanchar por lá, eu e a prima demos os iogurtes e seguimos viagem, tranquilos.
E o final da semana tiveram direito ao pack completo.

Quatro semanas depois, é tudo muito mais natural, faz parte da rotina. Continua a custar, o meu coração fica lá com eles. Mas sabem, é maravilhoso ser mãe de gémeos e mais maravilhoso ainda ter um irmão gémeo, haverá algo melhor do que passar por estas experiências sempre com o mano ou com a mana ali bem perto? 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Dormir



Quando o assunto é o sono há muito a dizer. Por aqui temos os “miminhos” para dormir, aqueles objetos de afeto que ajudam os bebés a dormir. A ideia não é substituírem os mimos e os afetos de ninguém, mas estes objetos dão segurança, conforto e ajudam na rotina do sono.

Há quem defenda que o uso destes objetos de transição pode não ser favorável, afirmando que o seu uso pode influenciar a independência da criança.

Não concordo. Não somos produto de uma coisa só, não creio que é o uso de um objeto na hora de deitar que nos tornará, futuramente, mais ou menos dependentes seja lá do que for. Não concordo porque não acredito na teoria da dependência por si só. 
Muitas vezes leio e oiço sobre o que afirmam (veemente) sobre a independência de bebés e crianças.

Mas os meus filhos têm 13 meses e não são criados para serem independentes. 



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O toque do telemóvel



Assim que engravidei de gémeos passei a ter muitas histórias engraçadas, outras nem tanto, para contar, aqui vos deixo uma das mais hilariantes. 


Para quem já foi mãe sabe o que é o toque. O tão famoso toque. Quem ainda não foi mãe logo descobre o que é, é daquelas coisas que não vale a pena nos preocuparmos antes.

Vou contar-vos a minha história. Antes de ter os meus bebés passei por um breve internamento. No primeiro dia, após os médicos chegarem à conclusão de que o nascimento ainda não seria para aquele dia, sou novamente observada. Enquanto o médico me faz o dito toque, surge outro toque: o do telemóvel. O médico a fazer-me o toque e o telemóvel a tocar. Vejo a mão dele a dirigir-se ao bolso da bata e penso: Nããã! Vejo a mão dele a agarrar o telemóvel. Continua a fazer o toque. Tira o telemóvel do bolso. Continua a fazer o toque. Atende. Continua a fazer o toque, continua a verificar. Fala uns breves instantes enquanto continua a fazer o toque. Sempre a fazer o toque.

Desliga. E diz: Oh, ainda por cima era engano!

Eu, incrédula, olhei para outra médica, mais nova, que o acompanhava. Ela encolhe os ombros como quem diz: Deixe lá.