segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Coisas que uma mãe de gémeos ouve…

Um festivaleiro intercepta a marcha do nosso carrinho de gémeos e diz, eufórico:

“Eish, men, isso é que foi. Granda pontaria!”


Ya men!! 

sábado, 28 de setembro de 2013

Cof cof

Foi o sol, ficou a chuva e a tosse. Tosse a dobrar, uma sinfonia noturna capaz de envergonhar qualquer músico.
Sou adepta das mezinhas caseiras e por isso adotámos o truque da cebola partida em quartos. Partir uma cebola em quatro e deixá-la no quarto dos bebés. Duas coisas garantidas: o cheirete e menos ou nenhuma tosse!

Resulta mesmo.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Deixá-los

Deixar um filho no infantário é o mesmo que deixarmos ao cuidado de um estranho um órgão vital. Não dá. As funções vitais ficam seriamente comprometidas.
Depois de um ano em casa, a vivermos cada segundo, a olhá-los a cada instante, a viver de perto e intensamente um ano de descobertas mútuas, deixo-os ao cuidado de um estranho. É isto que uma mãe sente quando deixa o filho no infantário.
Aquela pessoa que o recebe o nosso filho não o conhece, não sabe o que ele gosta, como ele é, isso atordoa o coração de uma mãe. Claro que esperamos o melhor, profissionalismo, tato, respeito, carinho. Com o tempo virá o amor, o amor de quem cuida.
A meio da quarta semana de infantário o balanço é positivo, a adaptação foi boa, sem choros, nem birras. Esperava uma boa adaptação, mas correu ainda melhor do que aquilo que perspetivava.
Nos dois primeiros dias ficaram cerca de 2 horas, brincaram alegremente, exploraram.
No terceiro dia almoçaram e como comida é assunto sério nesta casa, correu também muito bem. No dia seguinte dormiram a sesta e sem eu ter planeado acabaram por lanchar por lá, eu e a prima demos os iogurtes e seguimos viagem, tranquilos.
E o final da semana tiveram direito ao pack completo.

Quatro semanas depois, é tudo muito mais natural, faz parte da rotina. Continua a custar, o meu coração fica lá com eles. Mas sabem, é maravilhoso ser mãe de gémeos e mais maravilhoso ainda ter um irmão gémeo, haverá algo melhor do que passar por estas experiências sempre com o mano ou com a mana ali bem perto? 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Dormir



Quando o assunto é o sono há muito a dizer. Por aqui temos os “miminhos” para dormir, aqueles objetos de afeto que ajudam os bebés a dormir. A ideia não é substituírem os mimos e os afetos de ninguém, mas estes objetos dão segurança, conforto e ajudam na rotina do sono.

Há quem defenda que o uso destes objetos de transição pode não ser favorável, afirmando que o seu uso pode influenciar a independência da criança.

Não concordo. Não somos produto de uma coisa só, não creio que é o uso de um objeto na hora de deitar que nos tornará, futuramente, mais ou menos dependentes seja lá do que for. Não concordo porque não acredito na teoria da dependência por si só. 
Muitas vezes leio e oiço sobre o que afirmam (veemente) sobre a independência de bebés e crianças.

Mas os meus filhos têm 13 meses e não são criados para serem independentes. 



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O toque do telemóvel



Assim que engravidei de gémeos passei a ter muitas histórias engraçadas, outras nem tanto, para contar, aqui vos deixo uma das mais hilariantes. 


Para quem já foi mãe sabe o que é o toque. O tão famoso toque. Quem ainda não foi mãe logo descobre o que é, é daquelas coisas que não vale a pena nos preocuparmos antes.

Vou contar-vos a minha história. Antes de ter os meus bebés passei por um breve internamento. No primeiro dia, após os médicos chegarem à conclusão de que o nascimento ainda não seria para aquele dia, sou novamente observada. Enquanto o médico me faz o dito toque, surge outro toque: o do telemóvel. O médico a fazer-me o toque e o telemóvel a tocar. Vejo a mão dele a dirigir-se ao bolso da bata e penso: Nããã! Vejo a mão dele a agarrar o telemóvel. Continua a fazer o toque. Tira o telemóvel do bolso. Continua a fazer o toque. Atende. Continua a fazer o toque, continua a verificar. Fala uns breves instantes enquanto continua a fazer o toque. Sempre a fazer o toque.

Desliga. E diz: Oh, ainda por cima era engano!

Eu, incrédula, olhei para outra médica, mais nova, que o acompanhava. Ela encolhe os ombros como quem diz: Deixe lá.


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Antes e depois

Muitas vezes me pergunto a mim mesma, como é que consegui viver tanto tempo sem os meus filhos. Como é que existia antes deles existirem? São tão meus, estão tão entranhados na minha pele, tão desmesuradamente ligados que às vezes me parece impossível eu ter existido 26 anos sem eles.
A minha existência fez mais sentido, muito mais, depois do nascimento dos meus filhos. Tornei-me um ser mais coerente, a compreensão de mim mesma tornou-se mais clara. Sou mais e sou melhor. A vida é redireccionada, de forma automática e espontânea, quando temos filhos. E o amor pelos nossos filhos é tão imenso, o entrosamento de vidas, da nossa com a deles é tão natural que é como se sempre tivesse sido assim.

Mesmo antes de sermos, sempre fomos 4.