Deixar um filho no infantário é o
mesmo que deixarmos ao cuidado de um estranho um órgão vital. Não dá. As
funções vitais ficam seriamente comprometidas.
Depois de um ano em casa, a
vivermos cada segundo, a olhá-los a cada instante, a viver de perto e
intensamente um ano de descobertas mútuas, deixo-os ao cuidado de um estranho.
É isto que uma mãe sente quando deixa o filho no infantário.
Aquela pessoa que o recebe o nosso
filho não o conhece, não sabe o que ele gosta, como ele é, isso atordoa o
coração de uma mãe. Claro que esperamos o melhor, profissionalismo, tato, respeito,
carinho. Com o tempo virá o amor, o amor de quem cuida.
A meio da quarta semana de
infantário o balanço é positivo, a adaptação foi boa, sem choros, nem birras.
Esperava uma boa adaptação, mas correu ainda melhor do que aquilo que perspetivava.
Nos dois primeiros dias ficaram
cerca de 2 horas, brincaram alegremente, exploraram.
No terceiro dia almoçaram e como
comida é assunto sério nesta casa, correu também muito bem. No dia seguinte
dormiram a sesta e sem eu ter planeado acabaram por lanchar por lá, eu e a
prima demos os iogurtes e seguimos viagem, tranquilos.
E o final da semana tiveram direito
ao pack completo.
Quatro semanas depois, é tudo muito
mais natural, faz parte da rotina. Continua a custar, o meu coração fica lá com
eles. Mas sabem, é maravilhoso ser mãe de gémeos e mais maravilhoso ainda ter
um irmão gémeo, haverá algo melhor do que passar por estas experiências sempre
com o mano ou com a mana ali bem perto?