Penso muito no que faria diferente se tivesse os bebés hoje.
Não há nada como a experiência para percebermos o que nos serve melhor.
Quando nasci enquanto mãe estava envolvida em mitos, ideias
pré-feitas, incertezas. O normal.
Das fases que mais recordo são os dias e as noites que
passei no puerpério, depois dos bebés nascerem. Tão maus.
Lembro-me vezes sem conta de uma situação em particular.
Numa das noites, depois de dar mama dormia tranquilamente com a minha filha na
minha cama. Eu dormia, ela dormia. Emergida do silêncio daquelas paredes aparece a enfermeira que me sugere que deite a minha filha no berço.
Passados poucos minutos assim o fiz. O berço era em acrílico,
frio e feio. Havia a minha filha saído de dentro de mim há horas e sugere que
substitua o calor do meu corpo por um distante berço.
Não o voltaria a fazer,
não faz sentido algum e porque acima de tudo eu não o queria fazer. Nem eu nem
a minha filha.
Há poucos dias li:
“ Os recém-nascidos necessitam de contacto físico; foi
provado experimentalmente que, durante a primeira hora depois do parto, os
bebés que estão no berço choram dez vezes mais do que aqueles que se encontram
nos braços da mãe”.
Bésame Mucho
Carlos González
E eu diria, por instinto e experiência, que podemos extrapolar
esta primeira hora para todas as horas que se seguem na vida de um bebé.
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