E faz hoje 8 meses que abracei os
dois melhores projectos da minha vida.
A vida mudou, é outra vida. Ter
duas vidas que dependem de nós é algo inexplicável, absurdamente absorvente e
encantador. Aqueles seres que tivemos a capacidade de gerar precisam de nós
todos os minutos, requerem e exigem de nós aquilo que nós não sabíamos que
tínhamos para dar. Ser mãe é um processo de descoberta de nós mesmos. Para além
de tudo o resto é muito isto: (re)descobrir-nos, superarmo-nos. Sempre quis ser
mãe, mas só quando somos mães é que temos a perfeita e clara noção do que é ser
mãe. É um compromisso galáctico, uma ligação feita de vida, visceral. E é um
amor desmedido, todos os amores são diferentes, amamos mais e melhor, amamos
diferente, depende das relações, depende das pessoas, difere consoante a fase
da vida, mas este amor pelos filhos entranha-se. Ter filhos é viver fora do
nosso corpo, este amor vem do mais profundo de nós. Só quando temos filhos é
que percebemos o amor que as nossas mães têm por nós, antes disso apenas temos
uma noção, depois percebemos.
É outra vida, as prioridades mudam,
mudam vontades, não é algo programado, ninguém acorda e pensa: “Bem, agora que
sou mãe vou mudar”. Não, é natural, faz parte. Quase sem darmos por isso, moldamo-nos
a esta nova vida, dançamos harmoniosamente (às vezes nem tanto) entre chuchas e
fraldas, encaixamo-nos. Vamos sendo felizes, oscilando entre incertezas e amor,
desespero e apego. A vida muda muito, desconhece-se o que se avizinha, o que
antes era de certeza, depois passa a “logo se vê”.
São 8 meses desta nova vida e que 8
meses. Intensos e maravilhosos.
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